Pesquisador do IAC eleito vice-presidente da Comissão de Meteorologia Agrícola da Organização Meteorológica Mundial

IAC mantém 204 estações meteorológicas distribuídas em todo o estado de SP

21.05.2018 | 20:59 (UTC -3)
Carla Gomes

O pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), Orivaldo Brunini, foi eleito para cumprir o mandato de quatro anos como vice-presidente da Comissão de Meteorologia Agrícola da Organização Meteorológica Mundial, órgão pertencente à Organização das Nações Unidas (ONU), que conta com a participação de 189 membros. A eleição ocorreu em abril de 2018. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) é a agência especializada da ONU com relação ao estado e comportamento da atmosfera da Terra, incluindo sua interação com os oceanos, seu clima e a distribuição resultante dos recursos hídricos.
Para o pesquisador, ser eleito para ocupar essa posição é uma forma de reconhecimento de seu trabalho no IAC e do Brasil no cenário internacional. “Esta eleição nos indica que os resultados gerados pela nossa pesquisa têm importante papel social no que diz respeito ao clima e suas interações; isso aumenta ainda mais a nossa responsabilidade”, avalia Brunini.
Brunini ingressou no IAC em 1973. Desde então, desenvolve pesquisas em agrometeorologia, dentre elas o zoneamento agrícola do Estado de São Paulo. O IAC realiza zoneamento agroclimático, que é condição para o agricultor obter empréstimos bancários e seguro agrícola. O Instituto finalizou recentemente o zoneamento de espécies florestais e contribuiu com o zoneamento de cerca de 50 espécies, entre elas algodão, milho, soja e feijão. “São 50 culturas que estamos estudando o seu desenvolvimento em função do cenário climático”, afirma.
Segundo o pesquisador, a agrometeorologia é importante também para a preservação da sanidade agrícola. A metodologia adotada não está ligada somente às cultivares, mas também ao controle de pragas que afetam as produções. “Esse trabalho se relaciona até mesmo ao desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti, que causa a dengue, chikungunya e zika vírus, entre outras patologias que assombram a sociedade e que se desenvolveram por conta dos fatores climáticos, além da situação precária de saneamento básico”, considera. O pesquisador também preside a Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag).
O IAC mantém 204 estações meteorológicas distribuídas em todo o estado de São Paulo. O banco de dados do Instituto de pesquisa paulista data de 1890 e se configura como o maior e mais antigo registro de dados meteorológicos do País. As informações sobre umidade relativa do ar, temperatura e precipitação pluvial são utilizadas por agricultores, Defesa Civil e instituições que trabalham com previsão do tempo, manejo agrícola e preservação ambiental.
As informações climáticas do IAC podem ser acessadas por qualquer computador ou celular conectados à internet, por meio do site www.ciiagro.sp.gov.br. As consultas ao site e às estações automatizadas totalizam 8 mil acessos, por dia, ou seja, 240 mil, por mês, aproximadamente. O IAC mantém parceria na área com os Estados Unidos, Coréia do Norte, Austrália e Índia.

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