Pesquisadora peruana está no Brasil para inspecionar coleção de batata conservada na Embrapa

Nataly Franco, do CIP (International Potato Center), do Peru, está na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

21.03.2017 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Diniz

A pesquisadora Nataly Franco, do CIP (International Potato Center), do Peru, está na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia na semana de 20 a 24 de março para fazer a inspeção da coleção de batata in vitro conservada na Unidade como cópia de segurança da coleção original peruana. As duas contam com aproximadamente 4.000 amostras de variedades silvestres e cultivadas.

A escolha da Embrapa para ser a guardiã da cópia de segurança da coleção peruana se deve a dois motivos: o primeiro é a cooperação técnica mantida há décadas entre as duas instituições. O segundo é a moderna e segura infraestrutura oferecida pelo Banco Genético da Empresa, em Brasília, DF.

A cópia de segurança da coleção de batata do CIP conservada na Embrapa não é manipulada. Periodicamente, uma equipe da instituição peruana vem para renová-la.

Além de inspecionar o material genético conservado, Nataly acompanha também uma remessa de plantas de batata in vitro, que está chegando ao Brasil para substituir alguns acessos perdidos, o que é normal ao longo do processo.

Coleção de batata do Peru é a mais biodiversa do mundo

O CIP é o detentor do maior banco de batata in vitro (conservada em tubos de ensaio), do mundo no que se refere à diversidade genética, já que o Peru é o berço genético dessa cultura, originária da Cordilheira dos Andes (situada entre Peru e Bolívia). A conservação in vitro é a mais adequada no caso dessa cultura, por se propagar vegetativamente por mudas e não por sementes. A cópia de segurança é como um backup da diversidade genética de batata daquele país, que é o maior produtor de batata da América Latina, no qual o consumo per capita é superior a 80 quilos.

Conservar as coleções genéticas de parceiros é um dos objetivos da Embrapa

O Banco Genético da Embrapa, inaugurado em 2014, possui infraestrutura moderna e segura para conservar em condições adequadas o manancial genético resultante de mais de quatro décadas de pesquisas da Empresa com foco na sustentabilidade e segurança alimentar. São espécies coletadas em todas as regiões brasileiras e intercambiadas com outras instituições de pesquisa do Brasil e do exterior que garantem muito mais do que a simples conservação: asseguram a diversidade genética, fundamental para a certeza de uma mesa farta às gerações atuais e futuras.

Um dos objetivos do Banco é abrigar coleções de plantas, animais e microrganismos mantidas por instituições parceiras do Brasil e de outros países, como é o caso da cópia de segurança da coleção de batata do CIP recebida hoje.

No caso do centro peruano, trata-se de uma coleção de mudas in vitro, mas o Banco Genético da Embrapa está apto a conservar material genético em suas mais variadas formas, como por exemplo, sementes e mudas, no caso de vegetais; sêmen e embriões de animais; isolados criopreservados, no caso de microrganismos e DNA em todos os casos. Para isso, o espaço conta com laboratórios, câmaras de conservação de plantas in vitro (para espécies cujas sementes que não suportam baixas temperaturas), criobancos (nos quais os materiais genéticos são conservados congelados em nitrogênio líquido) e bancos de DNA.

Vale destacar que a estrutura para a conservação de sementes é a maior do Brasil e da América Latina, com capacidade para 750 mil amostras armazenadas em câmaras frias a 20ºC abaixo de zero.


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