Porque o seu cafeeiro é mais produtivo em um ano do que em outro

A bienalidade atinge plantas com mais de cinco anos, mas seus efeitos podem ser minimizados.

13.09.2017 | 20:59 (UTC -3)
Camila Castro

Você já deve ter escutado falar que o cafeeiro alterna sua produtividade a cada ano. Pode parecer mito, mas aproximadamente em cinco anos de vida, as plantas de café atingem a maturidade e passam a sofrer o efeito da bienalidade. Ou seja, em uma safra ela possui uma produtividade alta e na próxima, devido a necessidade de recomposição do vegetal, a produção apresenta queda.

Segundo o engenheiro agrônomo Marcus Agnolo, gerente técnico especializado em café da Alltech Crop Science, essa reparação é necessária, pois no ano anterior a planta foi exigida para produção, diminuindo o seu número de folhas e apresentando alguns ramos secos. "Na sequência, o cafeeiro vai recompor toda a sua parte vegetativa e suas estruturas internas de reserva da planta", explica.

Estes efeitos impactam diretamente a rentabilidade do produtor, entretanto podem ser minimizados por meio de soluções naturais durante o manejo nutricional. "É indicado o uso de produtos que estimulem o metabolismo da planta, como aminoácidos, que auxiliem no pegamento das flores do café, que contribuam para a redução do estresse fisiológico e práticas adequadas de adubação", complementa o também engenheiro agrônomo e consultor de café, Felipe Lemos.

Agnolo ainda reforça que quando uma planta está bem equilibrada, nutrida e adubada em todos os anos, a variação de bienalidade diminui. "O que observamos é que sem esses cuidados, em anos de alta, chega a se produzir 80 sacos por hectare, e de baixa, 20. Já quando o produtor está sempre atento a esses cuidados o número pode ser de 70 e 40 sacos, respectivamente. A bienalidade vai ocorrer, não tem como zerar ela, mas é possível que a produção alta e baixa fiquem mais próximas", afirma o gerente técnico.

Com essas práticas de manejo, os especialistas afirmam que é possível obter melhor produtividade média por biênio nas lavouras cafeeiras. "O resultado final são menores custos por saco produzido e consequentemente maior rentabilidade obtida pelo cafeicultor na atividade", ressalta Lemos.

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