Precocidade é o foco de dia de campo de trigo em Ijuí, RS

Na reta final da safra, produtores conferem as mais recentes tecnologias apresentadas pela pesquisa para colher mais trigo em menos tempo

04.10.2017 | 20:59 (UTC -3)
Daniela Wiethölter Lopes

A região de Ijuí/RS responde por quase um terço do trigo produzido anualmente no Rio Grande do Sul. Na região foram semeados mais de 196 mil hectares dos quase 730 mil hectares cultivados em todo Estado nesta safra.

O produtor Paulo Tissot, de Ijuí, semeou 50 hectares de trigo neste ano. Mesmo diante de uma safra incerta devido as consequências do clima deste ano, ele ampliou a área em 25%. “Eu tive acesso as cultivares semeadas nesta safra há dois anos, participando de um dia de campo. Na safra passada, experimentamos o TBIO Toruk e nos surpreendemos com a facilidade de manejo em relação a doenças e com os resultados de produtividade. Conseguimos colher quase 95 sacas por hectare”, relatou. Quanto a produtividade dessa safra, se diz otimista. “O trigo está muito bonito e respondeu bem ao manejo e às mudanças climáticas dessa safra. Para os próximos dias, é necessário que as temperaturas não baixem demais e que as chuvas não sejam de grandes volumes”, disse.

O relato aconteceu nesta quarta-feira (4) no Dia de Campo institucional da Biotrigo Genética, que aconteceu na propriedade do agricultor Paulo Tissot. “Foi muito bom acompanhar de perto o potencial de outras cultivares e vi a importância de investir em tecnologia e manejo, especialmente em anos de clima atípico como este”, relata.  Além do anfitrião, participaram outros 150 produtores de trigo, sementeiros e técnicos da região. Eles conferiram na propriedade as mais recentes tecnologias de trigo desenvolvidas pela pesquisa e que serão cultivadas nas próximas safras para os triticultores.

Lorenzo Mattioni Viecili, gerente comercial e engenheiro agrônomo da Biotrigo Genética, apresentou duas cultivares de trigo desenvolvidas a partir das qualidades genéticas do TBIO Toruk, mas com uma vantagem: ciclo mais rápido. “Quanto menor for o ciclo, menos o trigo estará exposto a riscos, menor será o número de aplicações de defensivos e, por consequência, o custo também será menor, além da vantagem de colher mais trigo em menos tempo”, diz. TBIO Sonic é um trigo melhorador, com ciclo 20 dias mais curto que o TBIO Toruk, permitindo fazer a semeadura mais tarde e ter uma cultura intercalar, entre soja-trigo, como por exemplo, nabo forrageiro e fazer biomassa e reciclagem de nutrientes. As principais características da cultivar são a superprecocidade, o alto vigor de planta, a produtividade e a resistência à diversas doenças, incluindo o auto nível de resistência à brusone”, explica.

Já a cultivar TBIO Audaz, é um trigo melhorador de ciclo precoce, 8 dias menor que o TBIO Toruk, que possui ótima força de glúten para panificação. “No campo, a cultivar apresenta boa resistência às principais doenças do trigo, como o complexo de manchas foliares, mosaico, brusone, giberela e bacteriose, além do alto teto produtivo”, complementa.

Os participantes do dia de campo também puderam conhecer trigos especiais para a produção de silagem e pré-secado. Os materiais também foram semeados na propriedade. O zootecnista da Biotrigo, Ederson Luis Henz, explicou que além de ser uma alternativa de alimento de qualidade no inverno, a silagem de trigo aumenta a produtividade de carne de gado e de leite. “São duas cultivares com a mesma finalidade que não possuem aristas e que possuem alto potencial de produção de matéria verde e boa sanidade foliar”. O diferencial entre elas é o tempo de cultivo e a região a ser semeada. O TBIO Energia I, que é indicado para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sul do Paraná, possui ciclo médio com corte precoce, o que permite a antecipação da cultura sucessora de verão e a produção de alimento para serem ofertados durante os períodos do ano de maior escassez, suprindo o déficit de forragem causada por uma frustração na safra de milho”, ressalta. Já o TBIO Energia II é adaptado não só a região Sul do Brasil, mas também para o Sudeste por tolerar melhor o calor e ter ciclo ainda mais rápido que TBIO Energia I. No Norte do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás, o trigo tolera melhor o calor e se desenvolve num ciclo em torno de 20 dias mais curto do que o TBIO Energia I, o que possibilita diferentes manejos.

Na vitrine de tecnologias do dia de campo também foram apresentadas outras oportunidades de cultivares de trigo convencional recomendadas para o cultivo na região de Ijuí: TBIO Toruk, TBIO Sossego, TBIO Alpaca (biscoito), TBIO Noble (panificação), TBIO Sinuelo, TBIO Mestre e linhagens de pré-lançamento para 2018.

Três estações foram voltadas para mecanização agrícola, com tecnologias voltadas para aplicação, descompactação, fertilização e colheita. O dia de campo da Biotrigo Genética contou com o apoio da Sementes Butiá e Meta Agrícola Case IH.

 


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