​Produtores de arroz do Mercosul encaminham pedidos a ministros do bloco econômico

Federarroz participou de reunião no Paraguai que tratou de barreiras e gargalos enfrentados pelo setor

04.11.2016 | 21:59 (UTC -3)
Rejane Costa

Ministros da Agricultura e representantes de produtores dos países que integram o Conselho Agropecuário do Sul (CAS) estiveram reunidos em Assunção, no Paraguai, para debater e impulsionar políticas públicas regionais para o setor. Durante a XXXII Reunião Ordinária do CAS foram realizados encaminhamentos referentes à exportação, barreiras comerciais e mecanismos de comercialização.

Segundo o vice-presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, durante o encontro de ministros ocorreram reuniões paralelas com representantes do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai relacionados ao arroz e ao trigo. Na reunião do arroz, Velho falou em nome dos produtores gaúchos, e Francisco Shardong em nome da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Cada representante comentou sobre produtividade média, custos de produção e os preços praticados atualmente. “Fizemos um panorama geral de cada país e abordamos temas a serem encaminhados aos ministros”, salienta o dirigente da Federarroz.

Entre as questões levantadas, uma das principais foi a de que o Mercosul deve pensar em bloco com relação à exportação. “Quando surge uma oportunidade de exportação, os países acabam competindo entre si, gerando uma pressão baixista. Então sugerimos uma organização para minimizar a guerra de preços para exportar”, explica Velho.

Também foi comentado que o Paraguai, embora tenha uma boa legislação com relação a defensivos, ela ainda é pouco efetiva na questão de resíduos de produtos nos grãos. Conforme Velho, o Paraguai tem algumas vantagens como energia e logística, ao contrário do Brasil onde os principais gargalos estão nos custos elevados e também na falta de logística pela dependência que ainda existe do transporte rodoviário, com estradas precárias, aumentando muito os custos. “Destacamos também com relação ao calado do Porto de Rio Grande que obriga muitas vezes a duas atracações, também gerando um aumento dos custos”.

A reunião do arroz foi mediada pelo deputado federal Luiz Carlos Heinze que levou as propostas dos produtores aos ministros do CAS. O ministro brasileiro da Agricultura, Blairo Maggi, intercedeu junto ao colega paraguaio, Juan Carlos Baruja, para que o parlamentar colocasse as solicitações do setor arrozeiro. Além da questão da exportação, também foram abordadas as barreiras comerciais, sanitárias e ambientais, os mecanismos de comercialização já para a próxima safra e a necessidade de levar o arroz sempre nas viagens para fora dos países. “A ideia é aproveitar as viagens dos ministros para tentar levar o arroz e fazer propaganda da qualidade do produto que é produzido no Mercosul”, salienta Velho .

Uma próxima reunião dos produtores dos países do Mercosul ficou pré-agendada para 12 de dezembro, em Santa do Livramento (RS), na fronteira com o Uruguai. Devem participar representando o Brasil, Antônio da Luz, da Farsul, e Tiago Barata, do Instituto Riograndense do Arroz (Irga). “Eles irão falar sobre as barreiras comerciais e os gargalos enfrentados pelos produtores do país, para tentar avançar em todas estas questões”, explica o vice-presidente da Federarroz.



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