Produtores de trigo aguardam chuva para concluir plantio no RS

O desenvolvimento da cultura se apresenta de forma bastante diversa, dependendo da região e das condições climáticas à época da semeadura

22.07.2016 | 20:59 (UTC -3)
Adriane Bertoglio Rodrigues

Está quase concluída a implantação do trigo no Rio Grande do Sul. Apenas na Serra e nos Campos de Cima da Serra ainda restam áreas a serem finalizadas. O desenvolvimento da cultura se apresenta de forma bastante diversa, dependendo da região e das condições climáticas à época da semeadura. De acordo com o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, algumas lavouras apresentam bom estande de plantas e iniciam o perfilhamento, enquanto outras, mais tardias, enfrentaram problemas de solo mais seco em seu processo de germinação e contam com menor população de plantas. “Os produtores esperam que, com a ocorrência das chuvas, haja um bom perfilhamento e que este compense a menor quantidade de plantas nascidas”, analisa o diretor técnico da Instituição, Lino Moura.

No geral, as lavouras de trigo se encontram em desenvolvimento vegetativo, evoluindo de forma satisfatória, sendo que algumas lavouras plantadas mais cedo já estão na fase inicial de elongamento (emissão da folha bandeira). Com a regularização das precipitações e aplicação das adubações nitrogenadas em cobertura, as lavouras recuperaram o desenvolvimento mais uniforme e vigoroso. Continuam as aplicações das adubações e o controle de invasoras, pois o período de implantação da cultura foi longo pela falta de chuvas. Os agricultores estão sendo orientados a fazer o monitoramento da lavoura em função do controle fitossanitário e da presença de pulgões nas lavouras de trigo e de aveia.

Nas Missões, o plantio da linhaça está concluído, e a lavoura apresenta boa germinação e bom desenvolvimento inicial. A cultura evoluiu de forma positiva após as chuvas, e as plantas apresentam porte médio de 5cm, com um bom estande e expectativa de um maior desenvolvimento e produtividade das lavouras na região. Há estimativa de produtividade inicial/atual entre 900 a 1.200 kg/ha.

Milho – Com as normas definidas para o custeio, os produtores começam a encaminhar os pedidos de sementes e insumos para o plantio da próxima safra. Os preços elevados trazem certa euforia entre os agricultores, que vislumbram a possiblidade de ganhos com o cereal, que continua com grande demanda e baixa oferta. Esse cenário tende a induzir a um aumento de área cultivada na próxima safra.

Oliveira - Cultura em entressafra. A produção de azeite é de excelente qualidade na Campanha. Olivicultores realizam as podas de condução e arejamento quando necessário. Os escritórios da Emater/RS-Ascar vêm atendendo solicitações de informações de interessados em implantar olivais nas propriedades. Para o dia 30 de agosto, está programado Seminário sobre Cultivo da oliveira em Canguçu.

Bovinocultura de leite - Na semana passada, a combinação de temperaturas mais elevadas e umidade favoreceu o desenvolvimento das pastagens cultivadas. No entanto, na segunda metade da semana, as precipitações acima da média para o período encharcaram o solo, dificultando o pastoreio, devido à formação de barro. Nesse cenário, os produtores de leite continuaram a alimentar suas vacas utilizando a silagem de milho como base forrageira, suplementando com concentrado, mas com muita cautela, devido ao elevado custo do milho e demais ingredientes. A alimentação com silagem como volumoso por longo tempo preocupa os produtores, pois se o inverno continuar rigoroso, muitos terão falta de volumoso para alimentação das vacas.

Apesar dessas dificuldades, o rebanho leiteiro apresenta boas condições nutricionais e sanitárias, com os produtores fazendo o monitoramento e o controle de endo e ectoparasitas. Interessante destacar que nesta semana houve um aumento no preço do leite de 1,73% em relação à semana passada, de 21,88% em relação ao ano passado e de 25,81% em relação ao período médio de 2011-2015.

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