Profissionalização do Agro gera novas oportunidades de trabalho

Mercado se abre para novas profissões

02.07.2021 | 20:59 (UTC -3)
Nelson Moreira

O agronegócio registrou em 2020 o melhor desempenho na geração de empregos desde 2011, segundo comunicado técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil que analisou os dados do ano passado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). O setor abriu 61.637 vagas de janeiro a dezembro. Estudos do CEPEA/USP apontam que boa parte destas vagas são destinadas a profissionais com ensino superior ou especializações em determinadas áreas, criadas pela adoção de novas tecnologias provenientes da agricultura digital ou mesmo a oferta de máquinas e implementos agrícolas que demandam um certo conhecimento agronômico.

Desenvolvedores de software para controle da produtividade, pilotos de drone para sistemas de mensuração de lavouras, engenheiros de produção e mecânicos, projetistas e designers para máquinas agrícolas, analistas de dados gerados pelos mapas de produtividade, são algumas das possibilidades de trabalho no agronegócio, dentro ou fora da porteira, que já vêm sendo abertas nos últimos anos, fruto deste crescente desenvolvimento e da implantação de novas formas do fazer a produção no campo.

Mas a busca pelo aumento da produtividade na lavoura é constante. A todo o momento surgem não só equipamentos, mas também, novos softwares de gestão ou de aprimoramento de uma determinada atividade da lavoura. Os sistemas de leitura de mapas da propriedade estão aí, para confirmar. Por conta disto, surgem novas demandas no campo, que requerem novos profissionais, algo que não era percebível até a pouco tempo.

Para o diretor técnico da Geração Agro, consultoria especializada em plantio, o agrônomo Paulo Ferreira, uma das novas oportunidades que existe e com grande potencial de ter forte demanda é a posição de supervisor de plantio. Segundo ele esta é uma função cuja carência já está sendo sentida por muitos produtores, mas que ainda não tem profissionais aptos, no mercado, a exercerem suas atividades. Ferreira explica que a pessoa para se qualificar a esta tarefa precisa conhecer dos processos de plantio – todas as etapas – e ter fundamentos agronômicos para poder tomar as devidas decisões, no tempo certo.

“Ele precisa ser metódico, ter senso de urgência e, sobretudo, de importância. Alguém capaz de assumir a responsabilidade pelo sucesso do plantio, gerando ganhos significativos nesta hora que vão refletir na colheita. Suas principais funções são o planejamento do plantio e o acompanhamento contínuo e detalhado da operação, fazendo os ajustes necessários para assegurar o resultado esperado: um plantio de excelência”, afirma Ferreira.

O executivo salienta ainda que este profissional precisa passar por um treinamento ou curso de preparação para a função para conhecer todas as atividades sobre as quais vai ter responsabilidade dentro da fazenda. “Ele vai ter, por exemplo, a missão de conduzir a equipe de plantio, exercendo plena e natural liderança sobre os funcionários da propriedade que compõem a base da pirâmide, os mecânicos e operadores”, diz Ferreira. Cabe inclusive ao Supervisor de Plantio fazer o planejamento e cobrar para que os mecânicos deixem a plantadeira em ordem para os operadores bem antes do dia do plantio. “Ele se torna um ponto de apoio dos operadores e mecânicos, possibilitando inclusive que formações direcionadas a esses grupos tenham maior aproveitamento graças ao seu acompanhamento”, explica.

A Geração Agro criou um curso de formação para esta atividade, chamado Valorizando cada Planta. Os participantes vão aprender sobre gestão de equipe, aspectos sobre certificação de plantadeiras, ações de regulagem preventiva e ajuste fino a cada talhão deste equipamento e análise do plantio como um todo. “É possível notar que todas as etapas são essenciais para o plantio. Ao menor descuido de qualquer uma delas, perdemos produtividade”, conclui.

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