​Projeto da IHARA que capacitou produtores e agentes de saúde é destaque em evento internacional de sustentabilidade na agricultura

Iniciativa beneficiou mais de seis mil pessoas e envolveu centenas de profissionais da saúde tendo como foco a educação para o uso correto dos defensivos

04.11.2016 | 21:59 (UTC -3)
Diogo Patroni

Educar para prevenir. Foi com essa proposta que o Projeto Cultivida capacitou mais de seis mil pessoas sobre o uso correto de defensivos agrícolas nos últimos quatro anos. O sucesso da iniciativa da IHARA, empresa de tecnologia em proteção de cultivos, chamou a atenção do mercado agrícola e o projeto acabou virando tema de um painel durante o Sustainable Intensification Agriculture Brazil, evento internacional com foco na sustentabilidade na agricultura.O encontro foi organizado pela associação Challenge Advisory, com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e reuniu mais de 800 participantes nos dias 25 e 26 de outubro no Centro de Convenções da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.

Durante o encontro, um dos responsáveis pelo projeto Cultivida, o professor da Unicamp e consultor da IHARA, Dr. Angelo Zanaga Trapé apresentou os principais dados coletados nos últimos quatro anos. A ação teve como objetivo capacitar produtores quanto à correta utilização dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e dos defensivos agrícolas, além de munir agentes de saúde com orientações adequadas para que realizem o monitoramento constante do bem estar físico e mental da população.

Trapé, que é médico especialista em toxicologia, mostrou que não foi encontrado nenhum caso de intoxicação por agroquímicos nas cidades visitadas pelo Cultivida. No entanto, ressaltou a importância do acompanhamento constante e, principalmente, da capacitação dos agentes de saúde.“Nossa missão é orientar esse trabalhadores rurais quanto ao manuseio correto dos defensivos e munir os agentes de saúde com informações, esclarecendo mitos e verdades sobre possíveis problemas causados pelo uso de agroquímicos”, afirma. “Há uma série de fatores que precisam ser considerados antes de um diagnóstico de intoxicação por exposição a esse tipo de produto. Nas cidades que passamos, não houve registro de nenhum caso de doença relacionada”, explica.

Para o médico, um dos papéis mais importantes do Cultivida foi conscientizar os trabalhadores rurais sobre a importância de uma avaliação física e neurológica pelo menos uma vez por ano. “Temos que monitorar a saúde e não a doença. Hoje, não existem indicadores de intoxicação e sintomatologia vaga precisa ser analisada com cuidado. Existem outros aspectos recorrentes nesses agricultores que devem ser olhados com atenção, como obesidade, hipertensão e alcoolismo”, contou.

Ao longo de quatro anos do Cultivida foram envolvidos dois mil profissionais de saúde e 1.500 agricultores atendidos em 23 localidades das cinco regiões do país. O programa contou com o apoio de órgãos municipais, em conjunto com demais parceiros da IHARA.

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