​Projeto gera informações sobre o mercado de arroz em Santa Catarina

Os trabalhos foram executados pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada

30.09.2016 | 20:59 (UTC -3)
Marcos Bedin

Com o objetivo de aliar a capacitação do produtor rural à geração de informação para a administração de riscos de preços, de custos e de produção na propriedade rural, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), desenvolve na esfera estadual o projeto Campo Futuro. A iniciativa é promovida nacionalmente pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Nessa semana, ocorreu o Campo Futuro com foco na produção de arroz, na Copagro, em Tubarão.

Os trabalhos foram executados pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançadosem Economia Aplicada (Cepea), Luiz Henrique de Almeida e Fernando Perez Capello e acompanhados pela supervisora do Senar/SC na região sul, Sueli Silveira Rosa. A iniciativa contou com a participação de produtores de arroz de municípios da região. Também participaram desse esforço institucional a Embrapa, a Epagri e os Sindicatos Rurais, bem como as cooperativas.

O rizicultor Rogério Pessi, presidente do Sindicato Rural de Araranguá, avaliou positivamente o projeto. Segundo ele, a iniciativa é de suma importância para o levantamento do custo de produção de arroz, colaborando de forma real para a situação vivenciada na atividade. “Na condição de presidente do Sindicato pude aprofundar meus conhecimentos. Isso favorecerá em argumentos consistentes para a defesa da classe quando assim for questionado”, pontuou.

De acordo com o produtor Rui Geraldinho, outro aspecto importante do painel foi a participação dos municípios da região, favorecendo a integração e a troca de experiências entre os produtores do setor. “A vida do rizicultor vem sendo alterada, até 2017 teremos problemas na cadeia produtiva e o painel nos possibilitou discutirmos a produção de arroz no Estado com foco em ações para garantir um melhor resultado”, avaliou Geraldinho. Também participaram da iniciativa e concordam com a metodologia o presidente do Sindicato Rural de Turvo, Donato Favarin e o presidente do Sindicato Rural de Tubarão, José Antônio De Pieri.

O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, ressaltou que a geração de informações é desenvolvida pela CNA e consiste na elaboração de indicadores de conjuntura e de desempenho do arroz. “Esses indicadores têm como base os levantamentos de dados - chamados de painéis - realizados nos municípios representativos na produção agropecuária. Depois, é feito o acompanhamento mensal dos preços dos insumos e dos custos de produção nessas localidades”.

Os produtores rurais aprendem, de forma prática, a elaborar o orçamento e o custo de produção da sua propriedade, além de utilizar instrumentos para o gerenciamento de riscos de preços, como derivativos agropecuários ou de produção e o seguro rural. “O Campo Futuro disponibiliza informações estratégicas para facilitar a tomada de decisões do produtor rural, mediante o acesso a um completo banco de dados do setor agropecuário, com a evolução sistemática dos custos de produção e da rentabilidade das principais atividades agrícolas e pecuárias e da publicação Ativos do Campo”, complementou Pedrozo.

A geração de informações compreende quatro ações: realização de painéis com instrumentos metodológicos para identificar os sistemas e coeficientes de produção de cada atividade rural em uma região específica; desenvolvimento de indicadores com informações de custo de produção e rentabilidade das culturas agrícolas e da pecuária nos estados; criação de um sistema de informação e consolidação das informações geradas pelo projeto de forma acessível ao produtor rural e ao público em geral; divulgação de publicações a partir de análises e relatórios setoriais de desempenho da agropecuária brasileira.

A metodologia dos painéis consiste na definição da propriedade típica de produção em cada região de estudo. A propriedade típica se refere à realidade mais comum da região e de um determinado produto considerado no estudo. Um grupo formado por técnicos e produtores conhecedores da realidade local se reúne para construir um sistema de produção mediante um debate aberto. “Juntos, eles montam uma planilha de custos de insumos e receita da faixa mais representativa da produção naquele município”, finalizou o superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi.

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