Quebra do ciclo da praga pelo controle da "ninfa" resulta em mais proteção a lavouras de grãos e tomate

Estratégia ancorada no emprego de um inseticida-‘ninficida’ de ação rápida, regula crescimento de populações de mosca branca e reduz danos

02.03.2021 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

Com a safra de verão em andamento e a intensa presença da mosca-branca nas lavouras, a companhia de origem ítalo-japonesa Sipcam Nichino Brasil colhe sucesso na implementação de uma estratégia para o controle eficaz da praga. O método, segundo define a empresa, quebra o ciclo de desenvolvimento de populações da mosca-branca e reduz danos causados pelo inseto às culturas de soja, feijão, tomate, algodão e outras.

De acordo com a engenheira agrônoma Carulina Oliveira, gerente de produtos da Sipcam Nichino Brasil, o tratamento tem como base aplicações do inseticida de ação rápida de marca Applaud, do portfólio da companhia, à base de buprofezin. Ela explica que o produto age por contato e por ingestão, e tem como alvo central o estágio de "ninfa" da mosca-branca.

“A quebra do ciclo de desenvolvimento da praga se dá pelo controle da ninfa e também pela redução da viabilidade reprodutiva dos ovos depositados pelas fêmeas (ação transovariana)”, reforça Carulina. “Na prática, o produto funciona como um ‘regulador de crescimento’ da mosca-branca, impedindo-a de completar o ciclo, atingir o estágio adulto, seguir reproduzindo e causando danos”, explica ela.

Carulina adverte, entretanto, que sempre que houver a presença de insetos adultos da mosca-branca na lavoura, o tratamento deve abranger também inseticidas com ação específica sobre esse estágio da praga, os "adulticidas".

Ganhos e perdas 

Nas áreas de soja analisadas pela Sipcam Nichino, e por pesquisadores independentes, a adoção do inseticida-ninficida Applaud resultou em eficácia de controle de 80% a 98% da praga, de dois a três dias após aplicado, comparativamente a outros tratamentos empregados.

Listada pelo Ministério da Agricultura entre as pragas com maior risco sanitário ao agronegócio, a mosca-branca (Bemisia Tabaci) já trouxe prejuízos acima de US$ 30 bilhões à sojicultura. Ela é conhecida ainda por sua veloz capacidade reprodutiva, de até 15 gerações anuais, e pela resistência adquirida a ingredientes ativos.

Especialistas do setor advertem que a mosca-branca constitui um vetor de viroses graves, inclusive dos chamados geminivírus. Em altas populações, a praga provoca danos diretos, inclusive a desfolha prematura das folhas, observada especialmente em áreas de algodão, soja e feijão. Conforme Carulina Oliveira, a mosca-branca expele substâncias açucaradas que provocam a “fumagina”, que por sua vez reduz a capacidade fotossintética de cultivos. No caso do algodão, esta condição ocasiona prejuízos à qualidade da fibra. “Há depreciação do valor de mercado decorrente da chamada fibra açucarada ou mela do algodoeiro (honeydew)”, complementa a agrônoma.

Segundo Carulina Oliveira, a mosca branca ataca a soja durante quase todo o ciclo da cultura, desde o estágio vegetativo até a completa maturação da oleaginosa. Não controlada, ocasiona prejuízos significativos. No feijão, informa a agrônoma, a praga provoca diminuição das vagens e a perda de peso dos grãos, além do risco de transmissão da virose do ‘mosaico dourado’, “capaz de dizimar a cultura.”

Ainda de acordo com a agrônoma da Sipcam Nichino, pelo fato de o ciclo de vida da mosca-branca ser curto, entre 15 dias e 20 dias, além de a fêmea contar com capacidade para colocar de 100 ovos a 300 ovos por ciclo, a quebra desse processo é essencial para barrar a ação da praga.

“Applaud (buprofezin) é essencial nesta relação. Se não houver controle da mosca-branca em sua fase jovem, ou seja, priorizar somente sua forma adulta, o manejo da praga torna-se praticamente impossível, e os danos, inevitáveis”, diz Carulina. “Associar Applaud a inseticidas para controle de adultos é primordial ao sucesso do tratamento, ao controle efetivo”, finaliza ela.

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