​Reunião em Restinga Sêca (RS) define início das obras de 987 microaçudes

As obras terão início em um lote formado por oito municípios, situados, majoritariamente, na região Central do Estado. A operacionalização técnica do Programa está a cargo da Emater/RS-Ascar

19.01.2018 | 21:59 (UTC -3)
Helena Boucinha

 Em reunião realizada na terça-feira (16/01), na Câmara de Vereadores de Restinga Sêca, foram definidas as estratégias operacionais para o início das obras de construção de 987 microaçudes em propriedades rurais de todo o RS, através do Programa de Desenvolvimento da Infraestrutura Rural, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR). As obras terão início em um lote formado por oito municípios, situados, majoritariamente, na região Central do Estado. A operacionalização técnica do Programa está a cargo da Emater/RS-Ascar.

Com recursos provenientes do Fundo de Recursos Hídricos do ano de 2017, foram aprovados investimentos de aproximados R$ 50 mil para cada um dos 99 municípios contemplados pelo Programa. Cerca de dez propriedades rurais por município serão beneficiadas pela construção de um microaçude, com área que varia de 1,2 mil a 1,5 mil metros cúbicos. Candelária, na região Centro-Serra, será o primeiro município a receber as obras do Programa, seguido de Novo Cabrais, Cerro Branco, Cachoeira do Sul, Paraíso do Sul, Restinga Sêca, São Sepé e Vila Nova do Sul. Ao todo, serão 26 municípios beneficiados na região Central, com um total de 260 açudes a serem construídos.

De acordo com o engenheiro agrônomo da SDR, André Borba Affonso, representante do Departamento de Infraestrutura Rural, Irrigação e Usos Múltiplos da Água (Dinfra), a empresa responsável pelas obras está apta a começar imediatamente a construção dos açudes. Ele afirma que, já na próxima semana, serão autorizadas as obras em mais dois lotes de municípios, situados nas regiões das Missões e de Santa Maria. “A estimativa é de que, até o mês de setembro, 80 a 90% das obras já estejam finalizadas no Estado”, assegurou o técnico da SDR. Affonso explica que os açudes terão múltiplos usos, seja para irrigação, fruticultura, pastagens ou criação de peixe.

O tamanho dos açudes varia de acordo com o relevo, a topografia e a condição do solo de cada região. “O objetivo do Programa é reservar a água para melhorar a condição do produtor, para que ele tenha condições de sobreviver no campo com mais qualidade de vida”, apontou o representante da SDR.

A seleção dos municípios beneficiados aconteceu a partir da análise do desenvolvimento de cada região, do IDH dos municípios e da aptidão agrícola. Os produtores foram selecionados em reuniões do Conselho Regional da Pecuária e da Agricultura de cada município, juntamente com a Emater/RS-Ascar.

De acordo com o assistente técnico da Irrigação do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, engenheiro agrônomo Mario Luiz Landerdahl, para ingressar no Programa o produtor rural precisa ser agricultor familiar e estar na condição de potencial irrigante, ou seja, que possa utilizar este açude para a irrigação. Mário avalia que “como os açudes são pequenos, se pensa em pequenas irrigações, como de fruticultura ou mesmo de hortaliças”. A operacionalização do Programa em todo o Estado está a cargo dos técnicos da Emater/RS-Ascar. Landerdahl conta que “em julho de 2017, a Instituição começou a fazer os projetos, trabalhou junto aos municípios e aos conselhos municipais na seleção dos produtores, verificou a viabilidade técnica de realizar os projetos em cada região e, após análise e validação pela SDR, agora começará a fase de execução”.


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