Segurança de vestimentas agrícolas é alvo de reunião científica

Para pesquisador, eficácia de vestimentas de proteção depende de estruturas adequadas para aplicar testes de segurança sobre esses produtos

25.07.2017 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

A cientista Anugrah Shaw, da universidade de Maryland (EUA), chega ao Brasil nos próximos dias. É a terceira vez que ela vem ao País este ano. Shaw trabalha em conjunto com o pesquisador brasileiro Hamilton Ramos, do Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico (CEA/IAC), situado em Jundiaí (SP), na execução de um ensaio científico inédito. O estudo persegue o desenvolvimento de um líquido-teste que venha a ser aceito, mundialmente, nos testes de avaliação da eficácia protetiva de vestimentas agrícolas.

De acordo com Ramos, os dois pesquisadores miram a substituição de um herbicida, que hoje é empregado, em escala global, na maior parte dos testes de resistência e segurança das vestimentas de proteção a agroquímicos. “O alvo da pesquisa cooperada é substituir esse herbicida por uma solução de corante não tóxico, o que implicará também na alteração dos principais métodos de análise da qualidade desses produtos hoje seguidos globalmente", adianta Hamilton Ramos.

Para o pesquisador, que coordena no Brasil o Programa IAC-Quepia de Qualidade de Equipamentos de Proteção Individual na Agricultura, a certificação da eficácia protetiva das vestimentas de proteção a defensivos dependerá, cada vez mais, da disponibilidade de estruturas adequadas para submeter tais produtos a testes de segurança e resistência, “ante uma extensa quantidade de matérias-primas empregadas pela indústria do setor nas diferentes regiões do globo", diz Ramos.

Ramos salienta ainda que a conclusão do trabalho com a universidade de Maryland, que deverá consumir pelo menos mais um ano de estudos, permitirá ampliar o número de países signatários de normas de qualidade da ISO – International Standartization Organization – aplicáveis a vestimentas protetivas, como a ISO 27065. A pesquisadora Shaw, da universidade americana, foi a idealizadora dessa norma.

Uma parceria público-privada entre o Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico de São Paulo (CEA-IAC), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, e o setor privado, o Programa IAC-Quepia completou 11 anos de atividade em março último. São atribuições da entidade a análise de matérias-primas empregadas na fabricação de vestimentas e também a concessão, a produtos acabados submetidos pelos fabricantes, do Selo IAC de Qualidade.

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