Semiárido é prioridade em cooperação entre Embrapa e Embaixada da Austrália

Para o embaixador da Austrália, a assinatura do documento representa a definição de uma estratégia prioritária para ambas as partes

13.03.2019 | 20:59 (UTC -3)
Kátia Marsicano​

O presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa, e o embaixador da Austrália, Timothy Kane,  assinaram na manhã de terça-feira (12 de março), Memorando de Entendimento que representa o primeiro passo para a cooperação de pesquisa que vai beneficiar o Semiárido brasileiro. A iniciativa tem como objetivo a troca de conhecimento entre a Embrapa e a Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation – CSIRO australiana e foi motivada a pedido da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), como forma de contribuir com o desenvolvimento de pastagens para a região, submetida às condições climáticas de restrição de chuva.

“O programa de melhoramento genético de forrageiras foi muito eficiente para produzir pastagens, mas o presidente da CNA, João Martins, sugeriu um esforço ainda maior de intercâmbio das pesquisas”, disse o presidente da Embrapa, destacando a importância do material genético disponível nos bancos de germoplasma do país estrangeiro. “Essa parceria vai possibilitar a cooperação para que sejam exploradas as possibilidades de introduzir materiais mais adaptados ao clima do Semiárido no Nordeste do Brasil, beneficiando agricultores, principalmente os mais pobres, que ficaram à margem do desenvolvimento”, concluiu.

Para o embaixador da Austrália, a assinatura do documento representa a definição de uma estratégia prioritária para ambas as partes. “É uma ocasião muito importante, porque já estamos na América Latina - Colômbia e Chile - agora é o momento do Brasil”, comentou, lembrando que o primeiro passo será uma reunião com a CNA durante visita de representantes da CSIRO. “Nesse sentido é necessário ter o memorando de entendimento antes de começar uma agenda mais impactante”.

“Podemos afirmar que a CNA está disponível para contribuir com a Embaixada da Austrália e a Embrapa, no que for necessário”, garantiu o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe), Pio Guerra Júnior, que esteve presente representando a instituição, acompanhado pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), Humberto Miranda Oliveira.

Segundo a secretária de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire) da Embrapa, Rita Milagres, levantamento realizado junto às 42 duas Unidades de Pesquisa da empresa revelou que pelo menos 20 delas demonstraram interesse em desenvolver pesquisas conjuntas com a instituição de pesquisa australiana. Entre as principais áreas, destacou melhoramento genético vegetal e animal, irrigação e gestão de recursos hídricos, saúde animal, com ênfase no controle de doenças, manejo integrado de insetos, com ênfase no controle biológico, e restauração ambiental e serviços ecossistêmicos. “Isso comprova a relevância do Memorando de Entendimento assinado neste momento entre a Embrapa e a Embaixada da Austrália, que, certamente, vai gerar uma parceria muito promissora”, completou.


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