Seminário aponta feijão como opção de cultura para o Norte de Mato Grosso

O pesquisador alerta, entretanto, para a necessidade de se respeitar a janela de plantio do feijão, entre meados de maio e meados de junho

09.12.2015 | 21:59 (UTC -3)
Gabriel Faria

Seminário a ser realizado nesta sexta-feira, dia 11, na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop, irá discutir a produção e as tecnologias disponíveis para o cultivo de feijão comum na região médio-norte e no norte de Mato Grosso. O evento é promovido pela Embrapa e pela consultoria Agro Sistemas e busca mostrar aos agricultores a cultura como uma alternativa viável para os sistemas produtivos da região.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão Flávio Wruck, o feijão tem grande potencial para ser utilizado ou na safrinha ou mesmo em uma terceira safra com irrigação em pivô central.

"Mais ao norte do estado, com a limitação legal do uso da área em 20%, é preciso intensificar o uso do solo. O feijão irrigado é uma das opções promissoras, pois tem grande potencial produtivo e a água não é um limitador", afirma.

Flávio Wruck explica que uma das alternativas disponíveis aos produtores é o sistema com soja na safra, arroz na safrinha e feijão irrigado na terceira safra. Outra opção que também pode ser usada é a entrada do feijão em terceira safra após a sucessão soja e milho. Neste último caso, o uso da braquiária em consórcio com o milho tem papel importante na formação de palhada para o feijoeiro.

O pesquisador alerta, entretanto, para a necessidade de se respeitar a janela de plantio do feijão, entre meados de maio e meados de junho. Isso para se evitar a colheita do grão já no período chuvoso. Além de prejudicar a qualidade do produto, esse atraso aumenta o período com planta viva no campo, formando uma ponte verde para pragas e doenças.

"É importante respeitar a janela de plantio para que se tenha um período de pousio de algumas semanas antes da semeadura da cultura de safra", alerta Wruck.

Como o plantio de feijão irrigado ocorre no período seco, a cultura tem pouco problema com doenças, ficando a maior preocupação por conta das pragas.

Atualmente Mato Grosso é o terceiro maior produtor de feijão comum do Brasil, atrás apenas de Paraná e Minas Gerais. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2014/2015 o estado produziu 489 mil toneladas, numa área de cerca de 270 mil hectares. O número representa 15% da produção brasileira do grão. As regiões de Sorriso, Primavera do Leste e Campo Novo do Parecis concentram a produção mato-grossense, sendo a maior parte no médio-norte.

Programação

O seminário "Feijoeiro-comum: Produção e Tecnologias para o Médio Norte e Norte de Mato Grosso" terá início às 8h, no auditório da Embrapa Agrossilvipastoril. Com carga horária de 5 horas, o evento terá como público um grupo fechado de produtores rurais convidados pela comissão organizadora e pelas empresas patrocinadoras.

Após a abertura oficial, o seminário contará com um roteiro de palestras que abordarão a produção do feijoeiro comum em Mato Grosso, enfatizando o cultivo safrinha; as principais cultivares BRS recomendadas para o estado; o manejo integrado de pragas e doenças no feijoeiro-comum; e os aspectos econômicos e manejo fitotécnico do feijoeiro-comum no cultivo irrigado.

Agricultores interessados em participar devem entrar em contato com a Embrapa pelo telefone 66 3211-4220.

O seminário conta com patrocínio da Águia Representações Comerciais, Bayer CropScience e Fockink Irrigação e apoio da Sementes Marambaia.

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