Seminário GranBatata debate manejo ideal e mercado global da cultura

Evento promovido pela Yara reuniu agrônomos, pesquisadores, empresários e produtores em Campinas (SP).

25.07.2018 | 20:59 (UTC -3)
Lygia Conde

Com o objetivo de promover conhecimento, fomentar o debate e unir todos os elos da cadeia da batata, a Yara,  realizou na última semana, em Campinas, o seminário GranBatata. O encontro debateu tendências do mercado global da cultura, constituição genética, as melhores soluções para nutrição, os aspectos desejados pela indústria, além de pesquisas internacionais sobre a batata.

A demanda global da cultura está crescendo; a batata é o terceiro produto mais consumido no mundo, atrás apenas do trigo e do arroz. A Ásia é responsável por 50% da produção mundial, sendo que os cinco maiores países produtores da cultura são: China, Índia, Rússia, Ucrânia e Estados Unidos. Atualmente, mesmo com toda a tendência por alimentos naturais, o consumo de batatas fritas e chips ainda representa 25% da demanda total do tubérculo no mundo.

O Brasil possui 102 mil hectares destinados à cultura, concentrados em São Paulo, Minas Gerais e os estados da região Sul, e conta com uma produção média de 27 toneladas/hectare. Porém, há um grande potencial de incremento à produtividade, podendo chegar a 60 toneladas. Para isso, é primordial adequar a época de plantio à região, fazer análise do solo e investir em alta qualidade de sementes, nutrição equilibrada e agricultura digital.

"Na Europa há muitas variedades de batatas, com diferentes cores, formatos, texturas e sabores. A oferta desses diversos tipos no Brasil pode aumentar a demanda e o valor agregado e permitir ao produtor nacional uma rentabilidade muito maior", afirma Maarten de Voogd, gerente global da Yara International para a batata.

Micro e macronutrientes impulsionam produtividade

A importância de uma nutrição adequada com macro e micronutrientes foi um dos principais pontos do debate. O professor da Unesp, Rogério Soratto, reforçou que, atualmente, as cultivares estão mais produtivas e exigentes e que é fundamental considerar as necessidades de cada solo, época e sistema de cultivo. "Uma nutrição equilibrada é fundamental para melhorar a qualidade da planta e a tolerância à seca, diminuir a suscetibilidade às doenças, e aumentar o número de tubérculos e a produtividade", disse Soratto.

Nutrientes como nitrogênio, fósforo, potássio, magnésio, enxofre, boro e zinco são importantes para a cultura. "O programa GranBatata, desenvolvido pela Yara, ajuda a garantir a melhor qualidade do tubérculo, sanidade e valor agregado, maximizando a produtividade e aumentando a rentabilidade do agricultor", afirma Raika Borges, especialista agronômica da Yara Brasil.

O seminário GranBatata contou com palestra do engenheiro agrônomo Stenio Zanin, gerente de Sustentabilidade da PepsiCo, sobre o Programa de Agricultura Sustentável. O executivo destacou a importância da agricultura sustentável e das boas práticas como catalisadores para um melhor desempenho da atividade agrícola, a exemplo da otimização de recursos naturais como a água e o solo, bem como as emissões de gás de efeito estufa (GEE) que, caso não seja bem conduzida, poderá impactar ainda mais as mudanças climáticas, aumentando o risco potencial para os cultivos agrícolas.

Marcio Milan, superintendente da ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) falou sobre a importância da comunicação entre o campo e a população urbana. De acordo com ele, a transparência e a educação são fundamentais para unir toda a cadeia em prol da segurança do alimento.

Durante o encontro, também foi apresentada a pesquisa realizada pela Yara, em parceria com o Ipacer – Instituto de Pesquisa Agrícola do Cerrado, sobre a influência de fontes e doses de nitrogênio na produtividade da cultura da batata. O estudo foi realizado com a variedade Asterix no Rio Paranaíba (MG) e o resultado mostrou que o nitrato de cálcio aumentou o tamanho dos tubérculos, a eficiência do uso de nitrogênio e a produtividade.

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