​Setor sucroenergético terá de investir US$ 31 bilhões até 2030

Compromisso de aumentar a participação do etanol na matriz energética do Brasil foi discutido nesta terça-feira (23) durante a 25ª Fenasucro & Agrocana

23.08.2017 | 20:59 (UTC -3)
Samia Borges

O setor sucroenergético terá de investir US$ 31 bilhões para que o Brasil amplie de 6% para 18% a participação dos biocombustíveis em sua matriz energética até 2030. A estimativa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) em parceria com o Fórum Nacional Sucroenergético mostra que o desafio é grande, e os caminhos para superá-lo foram discutidos no segundo dia da 25ª Fenasucro & Agrocana, durante os eventos de conteúdo.

Nesta terça-feira (23), o destaque da Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética foi o Fórum dos Produtores de Agroenergia. Realizado pela Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul) e Datagro, e apoiado pela Reed (organizadora da FENASUCRO & AGROCANA), o evento reuniu especialistas e convidados do Brasil e de mais 40 países que debateram novas tecnologias no campo, processos que geram ganhos no plantio e colheita da cana, subprodutos e políticas públicas voltadas ao setor. "Reunimos aqueles que estão na base da cadeia produtiva para mostrar ao mundo que eles têm em sua mão a solução para a produção sustentável", destacou Plínio Nastari, presidente da Datagro.

Para o Brasil cumprir o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa assumido na COP-21 Paris (Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas), em 2015, e alcançar aos 54 bilhões de litros de etanol por ano em 2030 – dobrando a atual produção - será preciso planejamento e pesquisa. "É preciso apostar em estratégias como o uso das mudas pré-brotadas e a rotação da cana com alimentos", disse Ismael Perina, presidente do Sindicato Rural de Jaboticabal, um dos palestrantes do Fórum.

Soluções usadas nas colheitas da Europa, principal produtor de beterraba açucareira do mundo, também foram apresentadas no evento por especialistas da França e Alemanha. A tecnologia das usinas flex, que processam cana e milho, também foi uma alternativa mostrada por produtores do Mato Grosso do Sul.

Especialistas do IAC (Instituto de Economia Agrícola), CTBE (Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol), Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) e Socicana (Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba) também participaram dos painéis do Fórum.

Renovabio

Além de tema destaque no Fórum dos Produtores de Agroenergia, o Renovabio – programa do Governo Federal que vai possibilitar ao setor sucroenergético alcançar as metas de produção até 2030 - também foi discutido nesta terça-feira pela UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) e CEISE Br, no Seminário de Bioeletricidade, na Arena do Conhecimento Industrial da FENASUCRO & AGROCANA.

O evento falou sobre as perspectivas de mercado, a produção de biogás e a importância da bioeletricidade no estado. "É fundamental para o crescimento de São Paulo e do País. É preciso ampliar e complementar a produção de biocombustíveis", disse o secretário de Energia e Mineração do estado, João Carlos Meirelles, um dos palestrantes.

Termo de Compromisso

E nesta terça-feira, João Carlos Meirelles também assinou, na FENASUCRO & AGROCANA, um acordo para promover a tecnologia diesel-gás em caminhões do setor sucroenergético. Firmado com a GasBrasiliano e com a São Martinho, o acordo prevê uma avaliação, em 180 dias da utilização de um caminhão com a conversão de motor a diesel para a tecnologia diesel-gás, que será abastecido com o biometano produzido a partir da vinhaça de cana ou GNV (Gás Natural Veicular). "É um marco para estimular o uso de combustível renovável também pelos caminhões das usinas", disse Walter Piazza Júnior, diretor presidente da GasBrasiliano.

A Fenasucro & Agrocana vai até sexta-feira (25), no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho.


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