Solo corrigido é a base para se atingir 122,99 sacas de soja por hectare, afirma agricultora de SP

Para atingir a terceira maior produtividade do Brasil, Elizana, que administra as propriedades da família há 11 anos, teve de driblar o veranico

17.12.2015 | 21:59 (UTC -3)
Diego Silva

Creio que o solo corrigido é a base para se alcançar altas produtividades. Esse foi o fator fundamental na minha área de teste, equivalente a 10 hectares, que somou 122,99 sacas por hectare. A afirmação é da agricultora e mestre pela Universidade de Agricultura e Tecnologia de Tokio (Nokodai), que registrou a maior produtividade de soja da região Sudeste do País no último ciclo, Elizana Baldissera Paranhos, de Capão Bonito (SP). Na região, ela venceu o Desafio de Máxima Produtividade da Soja, realizado pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), que está com as inscrições abertas até 15 de janeiro de 2016.

“A alta produtividade alcançada se deu devido a vários fatores, incluindo material com alto potencial produtivo, rotação de culturas, plantio direto em palhada de trigo, uso de adubação foliar, visando melhor pegamento de flores, melhor sanidade e enchimento de grãos, manejo fitossanitário no tempo ideal e, principalmente, o solo que estava bem estruturado”, destaca Elizana.

Para atingir a terceira maior produtividade do Brasil, Elizana, que administra as propriedades da família há 11 anos, teve de driblar o veranico, com técnicas que não deixaram as plantas sentirem a seca devido ao sistema radicular bem desenvolvido. “Nesta área, em que atingimos produtividade expressiva, podemos observar as estratégias que deram certo, e expandirmos para a área comercial na atual safra. A visita de um auditor colabora com a avaliação do nosso trabalho e esse é o grande objetivo em participar do Desafio de Máxima Produtividade da Soja, policiar-se mais”, pontua.

Como prêmio pela alta produtividade, ela e o consultor técnico de 22 anos, João Paulo de Sá Dantas, fizeram uma visita técnica às plantações dos Estados Unidos e voltaram ainda mais instigados a se superarem. “Participar do CESB nos faz pensar em algo diferente, em ajustes finos que possam fazer a planta expressar seu potencial máximo e para mim é um bom parâmetro, pois avalio quais práticas podem ser aplicadas em área comercial”.

O consultor técnico também quer expandir a eficiência da lavoura e suas chances de vencer o Desafio do CESB. Para alcançar seus objetivos, Dantas aplicará as técnicas que renderam 122,99 sacas por hectare, em cerca de 30% da lavoura comercial e, além desta, fará inscrição com outros agricultores de Goiás, Bahia, Pará e Tocantins. “Manejo fitossanitário intenso, rotação de culturas com o trigo, correção física, química e biológica do solo, foram algumas das ações que extraíram o potencial de produtividade no interior de São Paulo. Para as demais áreas, outras estratégias serão usadas, variando de acordo com o potencial de cada uma”, conta Dantas.

Segundo o diretor presidente da Jacto e conselheiro do CESB, Fernando Gonçalves, o Comitê tem uma missão nobre de reunir todos os envolvidos na cadeia da soja em prol de maior rentabilidade e produtividade. “O agricultor tem um laboratório em suas mãos, e a iniciativa do CESB carrega uma tarefa social, muito relevante, de fazer com que ele reaprenda isso constantemente, além de mostrar o real valor do homem do campo”, finaliza Gonçalves.

Sobre o CESB

O CESB é uma organização formada por profissionais e pesquisadores de diversas áreas ligadas à sojicultura, que se uniram para trabalhar estrategicamente e utilizar os conhecimentos adquiridos nas suas respectivas carreiras e vivências, em prol da produtividade brasileira. Por meio do Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja, o CESB, tem como finalidade, contribuir diretamente com o rendimento das lavouras brasileiras, selecionando e divulgando técnicas viáveis, que possam ser aplicadas em grande escala, com foco na máxima produtividade.

Atualmente, o CESB é composto por 17 Membros e doze entidades patrocinadoras: Syngenta, BASF, Bayer, TMG, Monsanto, Sementes Adriana, Agrichem, UPL do Brasil, Stoller, Produquimica, Jacto, Instituto Phytus, Mosaic e Aprosoja MT.

O Comitê é qualificado como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)*, nos termos da Lei n° 9.790, de 23 de março de 1999, conforme decisão proferida pelo Ministério da Justiça, publicada no Diário Oficial da União de 04 de dezembro de 2009.

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