Startup gaúcha é destaque no agronegócio

Eirene Solutions, que participa de programa do Sebrae RS, recebeu R$ 3 milhões para investir em tecnologia agro

20.12.2018 | 21:59 (UTC -3)
Jerônimo Silvello

Agronegócio. Um setor que movimentou US$ 9,9 bilhões em exportações no acumulado de janeiro a outubro de 2018, além de ser o responsável por mais de 316 mil empregos formais no Estado no ano passado, segundo o último levantamento do Departamento de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul. No setor que movimenta boa parte da economia do RS, está a Eirene Solutions, uma empresa especializada em desenvolver máquinas agrícolas, com tecnologias autônomas, totalmente nacional e soluções para quem vive do campo. Criada há oito anos, a startup faz parte do programa Startup RS Agrotech, do Sebrae RS, e tem sede no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc).

A vida no campo foi a inspiração para os sócios da Eirene Solutions. Eduardo Marckmann, CEO da companhia explica que o negócio começou monitorando o mercado de agro e os amigos o ajudaram. “Tenho amigos donos de fazenda que tinham muita dificuldade de pulverizar as plantações. Entendendo as necessidades deles e para ajudar a solucionar os problemas que enfrentam, tivemos a ideia de criar a Eirene”, explica ele.

A startup que começou em uma salinha pequena na PUCRS, hoje está no ranking da 100 Open Startup, levantamento feito entre as empresas mais inovadoras no ramo do agronegócio, e recentemente, recebeu um investimento milionário. O valor de R$ 3 milhões veio do fundo Techtools Ventures para expansão e internacionalização dos produtos da empresa, que auxilia na economia de defensivos agrícolas. O montante será destinado aos projetos da empresa, entre eles o Eirobot, um das principais ideias desenvolvidas pela Eirene. Em fase de testes e com previsão de lançamento para 2020, trata-se de um robô elétrico, sem emissão de poluentes, que pulveriza as lavouras.

Além disso, a startup desenvolveu o SaveFarm, um bico que pode ser acoplado em pulverizadores tradicionais, com análise de imagens e emissão de raios ultravermelhos. Ele identifica a planta, o tamanho e pulveriza apenas onde há necessidade, gerando uma economia de 50% a 95% em todas as etapas da pulverização. Segundo Marckmann, “a tecnologia necessita menos agrotóxicos e diminui os gastos com defensivos agrícolas por etapas de aplicação”. O projeto foi lançando na Expointer deste ano e já pode ser encontrado por um preço em torno de R$ 200 mil. Nessa fase inicial, o agricultor ainda recebe toda a assessoria necessária para instalação, visitas técnicas e suportes.

Para o empresário, a população mundial cada vez mais consumirá alimentos de qualidade. Por isso, é preciso otimizar a produção no campo. “A ONU estima que o mundo precisará de 70% mais alimentos para a população em 2050. Investimos em tecnologia e estamos confiantes de que ela será essencial para a evolução do mercado”, complementa Marckmann.

Startup RS

O programa é destinado a startups que desenvolvam soluções, em software ou hardware, que resolvam problemas reais na cadeia do agronegócio. Por meio de consultorias, workshops, mentorias e ações de mercado, o programa visa validar o modelo de negócios das startups, preparação para vendas e conexão com grandes players do agronegócio por meio de acesso facilitado a eventos, rodadas de negócios, entre outras ações de mercado.

O programa trabalha desde a parte de modelagem, validação, teste de hipóteses, até a parte de mercado, entre outras ações. O gestor de projetos do Sebrae RS João Neto lembra que “essas oportunidades são importantes para conectar produtores e empreendedores e esses contatos podem, além de gerar aproximação com o mercado, ajudarem as startups a entenderem os problemas dos produtores com maior profundidade para melhoria, ou desenvolvimento, de novos produtos”.

A Eirene, que faz parte do Startup RS, participou do Salão do Empreendedor na Expointer. Lá, tiveram diversos contato com agricultores, que estão ajudando nos testes dos protótipos. “Ela foi uma das empresas que participou de todas as ações de aproximação dos clientes e tentaram buscar as oportunidades que o Sebrae proporcionou, gerando novos clientes e possíveis investidores”, comenta Neto.

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