Sustentabilidade hídrica e precisão são delineadores das tecnologias de irrigação do futuro

Especialista comenta sobre as tecnologias de irrigação sustentáveis e sobre o uso correto água na produção agrícola

23.03.2021 | 20:59 (UTC -3)
Pedro H. Marino

Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Água, são despertadas reflexões e discussões sobre a importância da preservação do recurso natural à vida, que é patrimônio natural do planeta Terra e combustível da existência humana.  

No universo do agronegócio, os recursos hídricos são peça-chave na produção e na geração de alimento para a população mundial. O uso correto e responsável da água na produção agrícola permite otimizar os ganhos e contornar barreiras climáticas, garantindo um mercado forte e prolífico, cujo movimento é essencial para a subsistência do homem.

Tendo em vista a urgência de uma produção sustentável e da preservação da água, é indispensável que as empresas voltadas para esse setor encarem como prioridade o fomento de uma irrigação econômica e eficaz. Para a Valley, o compromisso com a causa é intrínseco.

Segundo Diego Funghetti Pezzini, Gerente de Engenharia e Serviços da Valley Irrigation, os resultados sustentáveis partem, inicialmente, de um forte serviço de consultoria prestado aos clientes.  “Temos um pilar fundamental dentro de nosso negócio, que é a Irriger, responsável por assessorar, via seus profissionais, o gerenciamento da irrigação, através da plataforma Irriger Connect. Esse serviço leva orientações e recomendações dos nossos profissionais em nível de campo, através de dados climáticos, umidade de solo, imagens de satélites, entre outros pontos, visando orientar ao produtor, quando ele deve irrigar, a quantidade de água usar de acordo com a cultura e seus diferentes estágios”, explica.

Através de balanço hídrico, sensores de solo e banco de imagens de satélite, o Irriger Connect, plataforma web de gestão de irrigação, permite um manejo baseado no objetivo de poupar água e energia, na redução de custos e no aumento da produtividade das culturas. A plataforma on-line contribui ativamente para uma irrigação rentável e econômica.

“É importante destacar que o pivô central é um projeto muito bem estruturado, otimizado e pensado. Primeiro, são executados levantamentos que abrangem topografia do terreno, energia, licença de outorga d’água, dentre outros pontos, que carregam consigo uma determinação apurada da lâmina aplicada associada à(s) cultura(s) pretendida(s). Outro pilar fundamental, que vem agregar diretamente à eficiência dos equipamentos, é a capacidade de embarcar tecnologias – por exemplo, buscando uma maior eficiência, o VRI: agricultura de precisão embarcada ao equipamento”, comenta Diego.

O gerente explica que a tecnologia oferece um sistema que atua em taxa variável, performando através da leitura de um mapa de prescrição e permite ligar, desligar e controlar a irrigação por aspersor, individualmente. Ele reforça que, aliada aos mapas, há a possibilidade de variação de lâmina por ângulo, por lance, chegando até em nível individual por aspersor e automação – estas coletadas e executadas por meio dos painéis inteligentes Valley da linha ICON.

Em relação ao futuro do setor agricultor, espera-se que a demanda de produção de alimentos continue crescendo nos próximos anos e, consequentemente, seja acompanhada pela demanda hídrica. A 2ª edição do Atlas Irrigação, elaborado pela ANA, estima um crescimento da área irrigada de 76% até 2040, enquanto a demanda hídrica deverá crescer 66%.

De acordo com Diego, as tecnologias de irrigação estão preparadas para atender à demanda com eficiência e devem ser a resposta mais clara para a necessidade produtiva. “A instalação de um pivô central proporciona o plantio de mais culturas em um ano, ou seja, diretamente proporcional a uma demanda de produção adicional e ao fato de você poder entrar com mais culturas, vista a disponibilidade de irrigar em períodos requeridos pela cultura, entregando exatamente o que se precisa em acordo ao ciclo vegetativo da cultura”, explica.

O gerente também comenta que a grande escala de informações agregadas pelo Irriger Connect prepara o produtor para a manutenção de uma irrigação responsável e sustentável, tendo em vista a preservação dos recursos hídricos. “A Valley possui uma linha de produtos tecnológicos completa que abrange a linha de painéis inteligentes ICON, com telemetria embarcada, entregando soluções via GSM, Rádio como também, exclusivamente, soluções híbridas de conexão. A empresa detém o sistema VFD de movimento contínuo dos lances, que proporciona um avanço linear dos mesmos, configurando uma uniformidade maior na lâmina de água, além de menos esforços na estrutura do equipamento. Outros produtos no portfólio incluem as estações meteorológicas, que captam velocidade do vento, radiação solar, umidade do ar, temperatura etc., podendo ser com conectividade até satelital", afirma.

Quanto aos benefícios que as tecnologias de irrigação podem agregar ao produtor, Diego destaca a integração de diferentes tecnologias em uma única plataforma – o Valley 365.

De acordo com ele, uma das grandes vantagens da plataforma lançada pela Valmont em 2019 é a composição de quatro grandes pilares dentro da linha de trabalho da empresa: a Telemetria (Monitoramento e Controle), o Irriger Connect (Previsão e Planejamento), o Valley VRI (Otimização e Aplicação) e, por fim, o Valley Insights (Informações e Análises), que será lançado ainda este ano e, segundo o gerente, se trata de uma nova etapa através de uma tecnologia disruptiva a ser embarcada nos pivôs de irrigação.

Aos olhos de Diego, a atuação do Brasil no cenário da sustentabilidade e da eficiência agrícola é estratégica e eficiente. Para ele, empresas nacionais exportam boas práticas e produtos altamente tecnificados para outros países. “Por vários fatores. Há alguns anos, por exemplo, não vendemos aço, e sim a tecnologia e o manejo da irrigação, diretamente ligados. Esse é o primeiro passo para uma operação sustentada em fundamentos e informações, apuradas e revisadas minuciosamente através de nosso time de profissionais de campo”, diz.

É comum que a responsabilidade pelo desperdício de água seja frequentemente atribuída ao agronegócio, especialmente em atividades como a irrigação. Aos olhos de Diego, a Valley atua ativamente para combater essa imagem. “Temos várias ações. A gente vem, continuamente, divulgando relatórios, informativos, boletins, que mostram a correta e eficaz aplicação da água e a eficiência em termos de produtividade alcançada. É um tópico que tem agregado muitas perguntas da sociedade, mas perguntas mal fundadas”, comenta.

Segundo o gerente, a empresa vem somando cada vez mais tecnologias e apresentando, para os clientes e para a sociedade, retornos extremamente positivos. “Não deixamos apenas a decisão na mão do produtor, mas o informamos para que a melhor decisão seja tomada. Também trabalhamos continuamente com instituições de ensino e pesquisa, organizando ações como palestras com muitas informações nesse sentido”, conclui.

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