Syngenta integra rastreabilidade do café com tecnologia blockchain

Projeto é fruto de parceria entre plataforma Nucoffee e startup Arabyka

18.12.2019 | 20:59 (UTC -3)
Syngenta

A Nucoffee, plataforma de negócios da Syngenta para a cadeia do café, integra a tecnologia de blockchain ao seu sistema de rastreabilidade. Em parceria com a startup Arabyka, especialista no segmento, a empresa iniciou uma prova de conceito para rastrear lotes completos de café para exportação. A iniciativa permite que o torrefador tenha acesso a todas as informações da fase de produção na fazenda, garantindo a continuidade da operação, que passa pelo processamento na indústria e distribuição, até chegar ao consumidor final.

A expectativa é exportar os primeiros lotes, já com o QrCode gerado pelo blockchain, na segunda quinzena de dezembro. A operação incluirá ao menos dez lotes de seis produtores da plataforma Nucoffee. Os grãos utilizados serão os de cafés com alta pontuação, produzidos com um processamento da Syngenta, que utiliza a fermentação controlada dos frutos para intensificar o aroma da bebida.

“Ainda em 2019 exportaremos 72 sacas de café. A proposta é criar um código no sistema blockchain para cada lote Nucoffee rastreado”, esclarece o gerente de Marketing da Nucoffee, Juan Gimenes. Segundo o executivo, essa é somente a primeira fase da utilização da tecnologia. “A proposta, a médio prazo, é implementar a validação em todos os elos da cadeia”, completa.

Para Gimenes, o mercado deve responder com boa demanda pelo novo modelo, pois além de trazer mais segurança, possibilita que cada elo customize sua própria informação a partir da base recebida. Também é importante destacar que não é possível alterar os dados das etapas anteriores, garantindo a fidelidade da informação e a demonstração do que cada participante agrega na cadeia de produção.

Por isso, afirma o executivo, “com a utilização do blockchain, a rastreabilidade do café se torna muito mais confiável e eficiente, porque cada lote rastreado passa a ter uma identidade única, atualizada em cada fase da cadeia, garantindo a integração das informações de forma segura e transparente”.

“Rastrear significa registrar todas as etapas pelas quais passa o produto, desde o talhão até o consumidor final, gerando um ganho enorme na eficiência operacional, atestando a segurança alimentar e trazendo confiabilidade ao consumidor. Além disso, garante a origem geográfica, padroniza a qualidade da produção e atende aos pontos de controle das certificações. O blockchain deixa todo o processo mais seguro e eficiente, ao dividir a responsabilidade da informação com cada elo da cadeia, facilitando o acesso aos mercados mais exigentes”, explica.

Tendência de rastreabilidade

Consideradas megatendências da agricultura para as próximas décadas, conforme o relatório desenvolvido pelo Fórum Econômico Mundial, em colaboração com a McKinsey & Company, a rastreabilidade de alimentos e a tecnologia blockchain estão entre as “12 transformações” que podem gerar impactos significativos nos sistemas alimentares até 2030.

A tecnologia blockchain permite a imutabilidade, a descentralização e a transparência das informações, características fundamentais para a garantia de segurança alimentar. Também é fundamental para estabelecer as práticas conhecidas como due dilligence – protocolos de compliance da produção agropecuária, nas áreas ambiental e trabalhista, cada vez mais necessários para acessar mercados internacionais.

Essas tendências são reiteradas pelo estudo Visão 2030 – O Futuro da Agricultura Brasileira, feita pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a pesquisa elenca o protagonismo dos consumidores no uso das tecnologias da informação e comunicação, bem como o empoderamento individual. “Os consumidores das novas gerações querem saber como são produzidos os alimentos que estão consumindo e a tecnologia blockchain permite uma transparência maior neste sentido”, ressalta CEO da Arabyka, George Hiraiwa. 

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