Tratamento com aminoácidos auxilia na recuperação de estresse fitotóxico

Ferramenta ajuda a minimizar efeitos em culturas que apresentam potencial produtivo elevado

23.02.2016 | 20:59 (UTC -3)
Gabriela Titon

A fitotoxidez causada por defensivos agrícolas é responsável por perdas significativas nas lavouras, sobretudo em culturas com alto potencial produtivo. Para minimizar esse efeito, um dos tratamentos eficazes é a aplicação de aminoácidos, como recomenda o engenheiro agrônomo Fransérgio Batista, gerente técnico de grãos da Alltech Crop Science.

“A planta é um ser autotrófico, ou seja, produz sua própria energia por meio da fotossíntese. E ela acontece com maior intensidade nas folhas. Se a planta é afetada por esse estresse, consequentemente pode diminuir a área da folha que faz fotossíntese e gera menos acúmulo de energia. Caso o problema não seja resolvido urgentemente, a produtividade será afetada”.

Segundo Batista, o tratamento deve ter início assim que o estresse fitotóxico for identificado. “Os aminoácidos são compostos extremamente eficientes nessa recuperação. Mas, entre os cerca de 300 conhecidos, aqueles que têm demonstrado resultados mais satisfatórios são os L-alfa-aminoácidos, que são os 20 formadores das proteínas e têm interação direta no metabolismo vegetal. Dependendo do nível de fitotoxidez, são necessárias de duas a três aplicações, com intervalos de dez dias”, explica.

O engenheiro agrônomo ressalta que os danos da fitotoxidez ocorrem durante todo o ciclo da cultura, mas geralmente são mais expressivos na fase reprodutiva. “Nesse período, pode causar também a derrubada de flores, que são os órgãos reprodutivos da planta. Então, cada flor de soja que cai, por exemplo, é uma vagem que deixou de nascer”.

Resultados

O agricultor Marcio Antonio de Oliveira, que há 30 anos produz milho, feijão e soja em Santa Helena de Goiás (GO), verificava frequentemente problemas de fitotoxidez. “Em maio de 2015, decidi aplicar aminoácidos e consegui reverter a situação. As plantas responderam ao tratamento e se desenvolveram bem, a perda de produtividade foi 30% menor”, conta.

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