Trigo exclusivo para pastejo é novidade na Expodireto

Tecnologia de integração lavoura pecuária proporciona maior aproveitamento na área de inverno, na engorda do gado e na produção de leite

06.03.2019 | 20:59 (UTC -3)
Daniela Wiethölter Lopes

Uma nova tecnologia de trigo voltada exclusivamente para o pastejo tem proporcionado ganhos interessantes entre produtores que utilizam o sistema de integração lavoura pecuária. A cultivar Lenox, do portfólio da Biotrigo Genética, está entre as novidades apresentadas para alimentação animal na 20ª edição da Expodireto Cotrijal, feira de agronegócio realizada em Não-Me-Toque (RS), entre 11 e 15 de março. O estande da Biotrigo está localizado na Avenida B, na área de produção vegetal do parque de exposições.

Segundo o zootecnista da Biotrigo Genética, Éderson Luis Henz, a alimentação dos animais representa o maior custo da produção leiteira e também a maior preocupação dos produtores. “Em torno de 70% de todo o valor gasto é destinado à alimentação. O custo é alto porque o setor da pecuária é dependente principalmente da disponibilidade de alimentos para os animais em produção e no inverno as opções reduzem prejudicando a produção e encarecendo o valor dos alimentos conservados”, explica. Já no verão, a preocupação é menor porque é o período em que se produz maior volume de alimento conservado, especialmente a silagem de milho. “Por isso a pastagem de trigo é uma boa opção para o pecuarista. Proporciona maior aproveitamento na área de inverno e, por suas características nutricionais, potencializa a engorda de gado e aumenta a produção de leite”, complementa. Outras características da cultivar são a alta palatabilidade, sanidade foliar, elevada produção de biomassa e a alta capacidade de rebrota.

 Mais pastejos
Foi por estes motivos que o produtor de leite de Joaçaba (RS), Hamilton Abatti, resolveu inovar no inverno de 2018 e passou a complementar a alimentação das vacas com uma pastagem de trigo. Ele semeou dois hectares do trigo em julho e até dezembro chegou a 8 pastejos. “No global, o trigo satisfez tudo o que eu precisava na propriedade. Ele é rentável e as vacas comem super bem. E ainda conseguimos aumentar em mais 2 litros/dia a produção de leite. Isso é fantástico, especialmente no inverno quando normalmente a produção não é tão boa. Nesta safra vamos dobrar a área”, relatou Hamilton.
 
Mais leite no inverno
Cleber Slaviero, de São Miguel do Oeste (SC), aumentou mais ainda a produção de leite. Segundo ele, foram 5 litros a mais de leite no inverno. “Nos surpreendeu pela quantidade de produção e qualidade no pastejo dos animais. Notamos que as vacas comiam muito bem, era palatável e aumentou a quantidade de massa por área”, contou. A cultura foi implantada na metade de maio, o primeiro corte foi em junho e até novembro chegou a 8 cortes.
 
Alimento palatável
A integração lavoura pecuária, através do cultivo do trigo exclusivamente para o pastejo, também aumentou a renda do produtor Darci Munzlinger, de Palmitos (SC). “Esse trigo tem um rebrote bastante rápido, não acama, tem um perfilhamento bom e está com uma qualidade acima das outras pastagens que a gente já trabalhou. As vacas têm pastejado bem, tem dado preferência ao trigo e tem deixado a aveia para trás. O resultado no resfriador já foi de um aumento de 3,5 litros/dia,”, relata Darci. Na propriedade a semeadura foi realizada em abril totalizando 6 cortes até final de outubro.
 
Mais rentabilidade
No Rio Grande do Sul, a cultivar também foi testada e aprovada. Jonatham Clamer, de Sertão (RS), semeou 2,5 hectares no inverno passado e depois de cinco pastejos, fez as contas comparando a produção quando os animais eram soltos em outros tipos de pastagem e chegou a conclusão de que o pasto de trigo é mais rentável. “Eu observei que na tirada de outros pastos, vindo pro Lenox ele tem uma produtividade de 2 a 2,5 litros de leite a mais por dia porque o trigo produz maior quantidade de matéria seca por hectare e com um teor de proteína mais alto. Quando tiramos os animais do trigo Lenox e botamos em outro tipo de pastagem, a produção diminuiu”, comenta.
 
Alto teor de proteína
Também de Estação (RS), Janderson Antoniolli disse que o custo da cultivar e o manejo é semelhante a outros tipos de pastagens, porém o retorno e o custo benefício é mais interessante. “Produz muita matéria em pouco tempo com teores de proteína passando de 30%. Sem dúvida, isso torna a propriedade eficiente, produzindo o máximo possível numa área pequena e num volume muito bom. Agrega em produtividade e em vida útil porque conseguimos um maior número de cortes em relação a outros materiais”, conta. Esse e outros depoimentos dos produtores estão disponíveis no YouTube.
 
Manejo
O engenheiro agrônomo da Biotrigo, Jorge Stachoviack, explica que a capacidade de rebrota da cultivar de trigo Lenox proporciona novos pastejos entre 20 a 25 dias. “O Lenox possui um forte perfilhamento e enraizamento muito agressivo e com bom manejo pós-pastejo é capaz de superar 6 cortes com alta carga animal em sistemas de pastejo rotacionado ou contínuo. De uma forma bem manejada, essa cultivar pode expressar um grande potencial e suprir em quantidade e qualidade a produção de pasto no inverno”. Com o seu crescimento semi prostrado, o trigo também tem potencial de chegar a uma taxa de acúmulo diário de até 100 kg de matéria seca por hectare. “É uma cultivar de ciclo super tardio e a época de semeadura indicada é a partir de março e durante todo o inverno. A recomendação é fazer uma adubação de base e sempre a cada entrada para pastejo o produtor faça uma adubação nitrogenada após a saída dos animais. “Este manejo acelera o rebrote e mantém a vida útil da pastagem”, finaliza.  
 
Onde adquirir
As sementes da cultivar Lenox podem ser adquiridas no estande da Biotrigo na Expodireto Cotrijal 2019 ou diretamente na sede da empresa, em Passo Fundo (RS) pelo telefone (54) 3327-2002. Mais informações pelo site www.biotrigo.com.
 
Expodireto Cotrijal
Data: 11 a 15 de março de 2019
Horário: 8h às 18h
Onde: Parque da Expodireto Cotrijal – RS 142, KM 24 – Não-Me-Toque/RS
Entrada gratuita
 

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