Unidades produtoras contam com nova tecnologia para controle da broca-da-cana na safra 2021/22

Inseticida da Sipcam Nichino tem como ingrediente ativo a Flubendiamida 222, uma molécula seletiva e de ação rápida sobre a Diatraea saccharalis

16.03.2021 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

Na safra passada de cana-de-açúcar (2020-21), houve períodos em que a broca-da-cana (Diatraea saccharalis) se fazia presente em quase 70% das lavouras das principais regiões produtoras, segundo órgãos de pesquisa como o Instituto Agronômico (IAC). Os danos mais representativos transferidos por essa praga às unidades produtoras do setor sucroenergético são observados no interior do colmo da cana, com reflexo direto na redução do peso e da qualidade da matéria-prima para moagem na indústria.

Para a safra 2021-22, que se inicia entre os meses de março e abril, a companhia de origem ítalo-japonesa Sipcam Nichino Brasil anuncia a chegada de uma nova ferramenta com vistas ao controle da broca-da-cana. A empresa trouxe ao País o inseticida de ação rápida de marca Takumi.

Alvo de mais de 200 trabalhos de pesquisa na etapa anterior à sua entrada no mercado - boa parte dos ensaios ocorreu na fronteira agrícola da cana-de-açúcar -, o novo Takumi tem como ingrediente ativo a Flubendiamida 222, uma molécula de última geração e que demandou vários anos de estudos e investimentos por parte da Nihon Nohyaku (Nichino) do Japão.

Conforme a engenheira agrônoma Carulina Oliveira, gerente de produtos da Sipcam Nichino, Takumi é descrito como um inseticida de alto desempenho, específico ao manejo de lagartas de difícil controle, caso da broca-da-cana.

De acordo com a agrônoma, na etapa pré-lançamento o produto obteve desempenho nas lavouras de cana-de-açúcar, principalmente quando comparado ao chamado tratamento padrão do produtor.

Estudos liderados pelo IAC e também pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), revela a agrônoma, apontaram que o emprego do inseticida reduziu de forma rápida e gradual cenários representativos de infestações da broca-da-cana. Em lavouras nas quais a praga ocupava uma área superior a 10% dos cultivos, ressalta Carulina, houve redução para perto de 1%, a partir de dois dias após a aplicação de Takumi. “Este desempenho é de duas a quatro vezes maior ao do tratamento padrão do produtor”, enfatiza a agrônoma.

Fim do ataque 

Outro dado relevante observado nos campos demonstrativos, diz Carulina, remete a um alto poder “ovicida” entregue pelo produto formulado a base de Flubendiamida 222. Numa das áreas estudadas, destaca a agrônoma, o percentual de mortalidade ou de ‘não eclosão’ de ovos da broca chegou perto de 45%, tido como altamente relevante por especialistas do setor.

“Logo após aplicado, Takumi cessa o ataque de lagartas.  Age por contato ou por ingestão e é seletivo a inimigos naturais da broca”. A seletividade, por sinal, complementa a agrônoma, também torna o novo inseticida ideal à prática do manejo de resistência da broca-da-cana aos inseticidas em linha no País. O produto, adianta ela, favorece o chamado manejo integrado de pragas (MIP), a estratégia agronômica que reúne controle químico e controle biológico.

“Takumi se diferencia ainda pela formulação suspensão concentrada (SC), uma inovação nesse segmento de mercado, e está registrado também para outras culturas”, finaliza Carulina Oliveira.

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