Vistorias do Proagro e colheitas avançam no RS

Com predomínio do tempo seco em todo o Rio Grande do Sul, a colheita da soja atingiu 91% da área cultivada nesta safra

24.04.2020 | 20:59 (UTC -3)
Adriane Bertoglio Rodrigues/Emater/RS-Ascar

Com o predomínio do tempo seco em todo o RS, a colheita da soja atingiu 91% da área cultivada nesta safra. À medida que a colheita avança, seguem as solicitações de vistorias de Proagro nas lavouras que utilizam a política de crédito rural. No Estado, até esta quinta-feira, 23 de abril, foram realizadas 8.970 vistorias de Proagro em lavouras de soja por técnicos da Emater/RS-Ascar, que atuam em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr). De acordo com o Informativo Conjuntural desta semana, a totalidade de solicitações em culturas e hortigranjeiros chega a 14.233 vistorias. Os números vêm sendo contabilizados desde 01 de dezembro de 2019.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a colheita avançou para 99% das áreas e se aproxima do encerramento. O rendimento médio atual está em 2.140 quilos por hectare. Nos cultivos tardios, semeados em áreas com irrigação, o potencial produtivo está em 1.500 quilos por hectare, enquanto que nas áreas sem irrigação o rendimento diminui para menos de 600 quilos por hectare. Os impactos da estiagem na região reduziram a produtividade da cultura em 45% em relação ao potencial esperado inicialmente. Alguns produtores já estão planejando a próxima safra e reservaram sementes. Os grãos estão sendo submetidos à classificação e ao teste de germinação. Os primeiros resultados apontam produto de regular poder de germinação, mas baixo vigor. Essa medida visa avaliar a necessidade de aquisição de semente no mercado para safra 2020/2021.

Apesar da ocorrência de precipitações no Estado com intensidade e volumes variados, trazendo a diminuição das temperaturas e o registro de geada em algumas regiões, a colheita do milho chegou a 83%. Na regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, 16% da área total correspondem às áreas de milho segundo plantio - safrinha. Devido à redução do número e quantidade na espiga, a tendência é que parte das lavouras do milho safrinha destinada para grãos passe a ser utilizada como forragem para alimentação animal. Com as últimas chuvas, a situação das lavouras de milho segundo plantio melhorou parcialmente, mas as perdas se mantêm em torno de 50% em relação à produtividade esperada. O rendimento está em 3.600 quilos por hectare. Em geral, considerando todas as lavouras de milho destinadas para grãos, de primeiro e segundo plantio, a perda é de 11%, chegando à produtividade média de 7.118 quilos por hectare. As maiores perdas ocorreram nos municípios da região das Missões.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, a colheita e o preparo do milho silagem continuam a ser realizados. No momento, a colheita segue lenta, tendo em vista que a prioridade é a colheita de soja. A silagem tem apresentado qualidade inferior e baixo rendimento. A produtividade tem variado de seis a nove mil quilos por hectare. Muitas lavouras que vêm sendo destinadas para silagem destinavam-se a grãos. Na região de Porto Alegre, a colheita do milho silagem teve um avanço significativo nas últimas duas semanas, em face da antecipação do ponto de colheita por conta do tempo seco, e chegou a 83% da área. O milho do tarde está com danos irreversíveis e perdas estimadas de 43% na produção de grãos. O rendimento alcançado está em 14 toneladas por hectare. Atualmente, o valor por tonelada está em R$ 280,00.

Na região administrativa de Pelotas, o feijão 1ª safra se encaminha para o final do ciclo, e a colheita já atinge 97% da área plantada. Nesta safra, a cultura foi bastante afetada pela prolongada estiagem na região. Apenas parte das lavouras plantadas se destinou de forma exclusiva para fins comerciais. As perdas médias chegam a 60% da produtividade esperada. O rendimento médio está em 540 quilos por hectare. 

No feijão 2ª safra, a regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen contabiliza 9% das lavouras em desenvolvimento vegetativo, 31% em floração, 28% em enchimento de grãos, 12% em maturação e 20% já foram colhidas. As perdas na região estão em 35% do rendimento inicial de 1.800 quilos por hectare.  Em geral, as lavouras apresentam limitações para a realização do controle de pragas e doenças e da adubação nitrogenada de cobertura. Na região de Santa Rosa, as lavouras do feijão safrinha estão nas fases de formação de vagens e enchimento de grãos. Os cultivos têm apresentado folhas secas e amareladas por deficiência de umidade. As chuvas da semana beneficiaram parcialmente as lavouras. As perdas registradas são inevitáveis e já chegam a 70% em relação ao rendimento esperado de 1.500 quilos por hectare.

No arroz, as precipitações nas regiões produtoras foram de baixos volumes e não modificaram o quadro de escassez de água nos mananciais. O tempo seco predominou durante a semana e favoreceu a colheita de arroz, que alcança 92% no RS. Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, por exemplo, a colheita avançou e atinge 93% da área cultivada, restando 7% em maturação fisiológica. Há preocupação com o volume dos reservatórios hídricos, fator determinante para o planejamento da área a ser cultivada no próximo ano. Em algumas situações, é preciso que no inverno ocorra elevado volume de chuvas para repor os mananciais utilizados na produção.

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